O Gonçalo nasceu no dia 26 de Novembro de 2009, no Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira, em morte aparente.



Necessitou de manobras de reanimação durante vinte minutos e de cuidados intensivos durante 18 dias.



Só ao fim de 25 dias pudémos trazer o nosso bebé para casa!



Foram dias muito difíceis! De muito sofrimento, de muita dor... Mas em nenhum desses dias deixámos de acreditar na força do nosso príncipe, que vinte minutos após o seu nascimento, demonstrou ser capaz de contrariar aquilo que mais ninguém pode contrariar!!




E foi nesse momento que guardou a primeira pedra do seu castelo...







Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…


(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Paralisia Cerebral

O que é a Paralisia Cerebral?

Como diz uma mãe muito especial que acabei de conhecer:

 "Em relação à palavra, Paralisia Cerebral, que é altamente assustadora e a grande maioria das vezes descontextualizada, por definição, apenas quer dizer, que durante o desenvolvimento do cérebro, ainda no ventre, durante o parto ou após (consideram o crescimento até aos 6 anos), houve uma perturbação que pode ou não deixar sequelas de ordem motora, cognitiva ou outra. Assim, o A. tem paralisia cerebral, porque tem lesões cerebrais, ponto!"

Quais são as causas de Paralisia Cerebral?


Numa grande parte dos casos as causas estarão presentes antes do nascimento da criança (causa pré-natal). Destas, algumas crianças nascem com malformações cerebrais que podem ser o resultado de exposição a tóxicos ou infecções durante a gravidez.
As lesões cerebrais podem instalar-se durante ou pouco tempo após o nascimento (causa peri-natal). Em maior risco destas lesões encontram-se os prematuros (principalmente grandes prematuros), os recém-nascidos de muito baixo peso de nascimento, os que têm asfixia grave ao nascer, os que sofreram hemorragias cerebrais.
As principais causas de Paralisia Cerebral após o nascimento (pós-natal) são a asfixia, os traumatismos cranianos, e as sequelas de infecções afectando o cérebro.
Num grande número de casos não é possível, actualmente, determinar a causa da Paralisia Cerebral.


A Paralisia Cerebral pode ser classificada de acordo com a natureza da perturbação do movimento que predomina:


Espástica – Caracterizada por um aumento do tónus muscular com limitação da capacidade de relaxamento muscular da região envolvida.
De acordo com as partes do corpo envolvidas a Paralisia Cerebral espástica é classificada como: hemiparésia- afectando o membro superior e inferior do mesmo lado do corpo (hemiparésia esquerda ou hemiparésia direita); diplegia - Ambos os membros inferiores estão predominantemente envolvidos; tetraparésia - Em que são atingidos os quatro membros e o tronco.
Atetose/Distonia – Caracterizada pela presença de movimentos e posturas involuntários.
Ataxia – O quadro clínico é dominado pela perturbação da coordenação e do equilíbrio.


Problemas associados:


Para além das perturbações motoras, são frequentes nas pessoas com Paralisia Cerebral: atraso cognitivo, perturbações visuais e auditivas, epilepsia, dificuldades de aprendizagem e défice de atenção. Nas formas tetraparéticas são ainda comuns dificuldades alimentares, perturbações nutricionais e infecções respiratórias.
As alterações motoras da Paralisia Cerebral aumentam ainda o risco de patologia ortopédica secundária.



O diagnóstico e o prognóstico da Paralisia Cerebral:



O diagnóstico de Paralisia Cerebral é habitualmente suspeitado pela associação de atraso na aquisição das competências motoras e alterações do tónus muscular, reflexos e padrões de movimento.
Nos primeiros meses de vida é por vezes difícil estabelecer o diagnóstico e o prognóstico (previsão das limitações que a criança terá no futuro), sendo por vezes necessário aguardar alguns meses até que possam ser assumidos com segurança.
A Paralisia Cerebral resulta de perturbações cerebrais de natureza não progressiva pelo que a perda de capacidades (regressão) não é característica da Paralisia Cerebral.


No entanto existem exames (Ressonâncias magnéticas, electroencefalogramas, ecografias, etc., que nos indicam o local das lesões e possibilitam, de certa forma, um prognóstico. Mas relembrando novamente as palavras da mãe supra mencionada: "Em relação aos diagnósticos, a verdade é que não fazem falta nenhuma. Os resultados da RM, são, inicialmente, indicadores das dificuldades que os nossos meninos podem vir a ter mas, não passam disso mesmo, indicadores, porque os casos estudados não têm em consideração a idade em que começaram as terapias e mais importante o seio familiar em que estão inseridos e o grau de estimulação que lhes é proporcionado..."

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