Investigadores de Coimbra dão passo para reparação de danos no cérebro
Um grupo de investigadores de Coimbra fez uma descoberta que pode significar, no futuro, a regeneração de zonas que foram lesionadas no cérebro, como por exemplo no caso de um AVC.
A investigação, que já decorre há mais de cinco anos, é do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
Já se sabia que o óxido nítrico era produzido no cérebro em caso de inflamação na sequência de uma lesão cerebral, mas esta equipa de investigadores de Coimbra descobriu que o óxido nítrico ajuda também à proliferação de células estaminais neuronais.
«Na sequência de uma lesão cerebral, se quisermos reparar a zona lesionada, podemos identificar alvos terapêuticos onde possamos actuar a nível farmacológico para estimular a formação de novas células a partir destas células estaminais neuronais», explicou a investigadora que coordena a equipa responsável pelo estudo.
As células estaminais neuronais têm capacidade para recuperar as zonas que foram lesionadas no cérebro, mas primeiro é preciso educá-las, acrescentou Inês Araújo, explicando que tal «não é diferente de educar uma criança».
«Usando as plataformas que a célula já tem, podemos estimular determinado circuito de forma a que seja activado e a célula passe a reagir em função do nosso estimulo», esclareceu, acrescentando que a investigação descobriu que se for aplicado óxido nítrico às células estaminais neutrais «elas vão proliferar muito mais».
Este composto já existe também em alguns medicamentos, o que pode acelerar a aplicação, num futuro próximo, em casos de terapia celular e regeneração de células no cérebro.
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