Um novo tratamento ajudou coelhos nascidos com paralisia cerebral a recuperar uma mobilidade quase normal, fazendo surgir a esperança de um potencial avanço no tratamento de pessoas com este distúrbio atualmente incurável, afirmaram cientistas.
O método, parte do campo crescente da nanomedicina, funcionou libertando um medicamento anti-inflamatório diretamente nas partes comprometidas do cérebro através de minúsculas moléculas em cascata conhecidas como dendrímeros.
Crias de coelho tratadas após seis horas do nascimento registaram uma «melhoria dramática na função motora» no quinto dia de vida, disse a autora principal do estudo, Sujatha Kannan, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e do Departamento de Pesquisa de Perinatologia e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos.
O estudo foi publicado no jornal científico americano Science Translational Medicine.
O medicamento usado é frequentemente aplicado para tratar pessoas com intoxicação por acetaminofeno (paracetamol), conhecida como N-acetil-L-cistina ou NAC, e foi administrado numa dose 10 vezes menor.
Kannan explicou que a sua equipa usou coelhos como cobaias porque, assim como os humanos, os seus cérebros desenvolvem antes e depois do nascimento, enquanto a maioria dos outros animais nascem com as suas habilidades motoras já formadas.
Enquanto especialistas afirmam que levará anos até que se conheça totalmente esta abordagem, a pesquisa demonstra uma prova de conceito importante que algum tipo de intervenção precoce consegue inverter o dano cerebral.
Uma das principais causas da paralisia cerebral é o nascimento prematuro, fenómeno em ascensão, mas a doença não costuma ser diagnosticada antes dos dois anos.
in Pais e Filhos , 20 de Abril de 2012
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