O Gonçalo nasceu no dia 26 de Novembro de 2009, no Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira, em morte aparente.



Necessitou de manobras de reanimação durante vinte minutos e de cuidados intensivos durante 18 dias.



Só ao fim de 25 dias pudémos trazer o nosso bebé para casa!



Foram dias muito difíceis! De muito sofrimento, de muita dor... Mas em nenhum desses dias deixámos de acreditar na força do nosso príncipe, que vinte minutos após o seu nascimento, demonstrou ser capaz de contrariar aquilo que mais ninguém pode contrariar!!




E foi nesse momento que guardou a primeira pedra do seu castelo...







Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…


(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Os Direitos das Crianças

 E neste dia em que se celebra O DIA MUNDIAL DA CRIANÇA nada mais sensato do que olharmos para os "Direitos da Criança"!!

Poderia citar aqui, num contexto mais formal, alguns direitos da Declaração dos Direitos da Criança, mas hoje prefiro ver as coisas com "outros olhos" e com outra "magia"... e porque gosto particularmente de "Os Direitos das Crianças", por Pedro Strecht (pedo-psiquiatra), do livro Crescer Vazio (1998), aqui vai:


Todas as crianças até aos onze ou doze anos têm direito a andar grátis no Carrocel quando estão de férias.





Todas as crianças têm direito a ver o mar verdadeiro, especialmente em dia de maré vazia.






Todas as crianças têm direito a, pelo menos uma vez na vida, escolher um chocolate que lhes apeteça.









Todas as crianças têm direito a terem orgulho na sua existência.







Todas as crianças têm direito a pensar e a sentir como lhes manda o coração, até serem velhas, aí com uns vinte anos.










Todas as crianças têm direito a terem em casa o Pai e a Mãe, os irmãos, se houver, e comida.






Todas as crianças têm direito a deitarem-se no chão para ver as nuvens passar, imaginando formas de todos os bichos do Mundo combinadas com as coisas que quiserem (por exemplo, um cão a andar de patins ou uma girafa de orelhas compridas).







Todas as crianças têm direito a começarem uma colecção não interessa de quê.


(O Guga, por exemplo, colecciona "pedrinhas")


Todas as crianças têm direito a chupar o dedo indicador que espetaram num bolo acabado de 
fazer ou então lamber a colher com que raparam a taça em que ele foi feito.







Todas as crianças têm direito a tentarem manter-se acordadas até tarde numa noite de Verão, na esperança de verem uma estrela cadente e pedirem três desejos (a justiça devia fazer acontecer sempre pelo menos um).



(Este desenho foi realzado pela Magui quando o Guga ainda estava na neonatologia. A Magui desenhou uma estrela cadente para que o irmão pudesse vir passar o Natal a casa.)
.



Todas as crianças têm direito a imaginar o que vão querer fazer quando forem grandes (habitualmente coisas extravagantes) e a perguntar aos adultos "o que queres ser quando fores pequenino?"








Todas as crianças têm direito a dormir numa cama sua, sentindo o cheiro da roupa lavada, e a terem um espaço próprio na casa, pelo menos a partir do ano de idade.






Todas as crianças têm direito a passear na rua tentando pisar apenas o empedrado branco (ou só o preto); em opção, têm direito a fazer uma viagem contando quantos carros vermelhos passam na faixa contrária.




Todas as crianças meninos têm direito a, pelo menos uma vez na vida, perguntar a uma menina «queres ser a minha namorada?» e todas as meninas têm direito a, pelo menos uma vez na vida, responder, «sim,quero».




Todas as crianças têm direito a ouvir um adulto contar pelo menos uma destas histórias: Peter Pan, o Principezinho ou o Príncipe Feliz.






Todas as crianças têm direito a ter alegria suficiente para imaginar coisas boas antes de dormirem e depois, a sonhar com elas.


                    


Todas as crianças têm direito a ter um boneco de peluche preferido, especialmente quando velho, já lavado e mesmo com um olho a menos.




Todas as crianças têm direito a poder tomar banho sozinhas e a experimentar mergulhar na banheira contando o tempo que aguentam sem respirar.







Todas as crianças têm direito a ter um colo onde se possam sentar, enroscar como numa concha e receber mimos.





Todas as crianças têm direito a viver num País que tenha um Ministério da Infância e Juventude, que olhe verdadeiramente pelo crescimento afectivo e bem-estar interior (sem preconceitos adultocêntricos ou hipocrisias com ares de cromo abrilhantado).





Todas as crianças têm direito a nascer iguais em direitos.






Todas as crianças têm direito a não ficarem sozinhas a chorar.






Todas as crianças têm direito a acreditar que têm um adulto que olha por elas e as ama sem condição prévia (nem que seja Nosso Senhor).



Todas as crianças têm direito a viver felizes e a ter paz nos seus pensamentos e sentimentos.




8 comentários:

  1. ADOREI!!! BJ GRANDE A TODAS AS CRIANÇAS!!!!
    SARA

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  2. Simplesmente magnífico...
    Não existe palavras para descrever o amor que sentes por este linda família....

    Beijinhos
    Marisa

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  3. este post está espectacular!!! <3 <3 <3

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  4. Soberbo! A sequência, os direitos, as imagens, os... as... que mais haverá a dizer?
    Ana, parabéns por ser assim, parabéns pela família que tão bem tem formado e parabéns por ser MULHER!
    Todas as mães deveriam, em primeiro lugar ser Mulheres.
    Beijo grande

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  5. Só tenho a dizer PARABENS , mulher,é uma honra poder compartilhar sua sensibilidade e sabedoria. PARABENS

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  6. É linda a tua história, chorei porque muitas coisas são parecidas com o que estou passando também com meu bebê Vinicius. Também criei um blog para poder de certa forma desabafar e contar a história do meu anjinho:
    http://viniciuswest.blogspot.com.br
    E é isso aí, te desejo, tudo, mas tudo de bom, e que a recuperação do Guga seja melhor a cada dia que passa.

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  7. Parabéns Ana,está simplesmente FANTASTICO...fiquei sem palavras...adorei.
    Bjs
    Carla Ferraz

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