O Gonçalo nasceu no dia 26 de Novembro de 2009, no Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira, em morte aparente.



Necessitou de manobras de reanimação durante vinte minutos e de cuidados intensivos durante 18 dias.



Só ao fim de 25 dias pudémos trazer o nosso bebé para casa!



Foram dias muito difíceis! De muito sofrimento, de muita dor... Mas em nenhum desses dias deixámos de acreditar na força do nosso príncipe, que vinte minutos após o seu nascimento, demonstrou ser capaz de contrariar aquilo que mais ninguém pode contrariar!!




E foi nesse momento que guardou a primeira pedra do seu castelo...







Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…


(Fernando Pessoa)

domingo, 16 de maio de 2010

Será isto aquilo a que chamam..."uma luz ao fundo do túnel??"

Pablo voltou a andar com hormonas de crescimento.



Contra todas as previsões dos clínicos, um jovem espanhol recuperou a 100% de um acidente de automóvel. Foi o próprio pai, médico  e investigador, quem decidiu aplicar-lhe um método pioneiro que utiliza hormonas de crescimento na regeneração de lesões. Os médicos portugueses dividem-se  sobre este novo tratamento: para uns é uma esperança para doenças neurológicas; para outros levanta ainda muitas dúvidas éticas e de segurança.
Uma clínica espanhola, em Santiago de Compostela, promete resultados surpreendentes na cura de doenças cerebrais e de deficiências motoras, com a aplicação de hormonas de crescimento. Os benefícios destas substâncias produzidas naturalmente na hipófise (glândula situada na base do cérebro) são reconhecidos por exemplo para aumentar a altura em pessoas com problemas de crescimento. Mas, na regeneração dos neurónios, este programa é pioneiro.
Com este tratamento, o director do Centro de Reabilitação Foltra, Jesús Devesa, professor catedrático na Universidade de Santiago de Compostela, conseguiu recuperar o filho, que ficou com lesões cerebrais depois de um grave acidente de carro. Foi o seu primeiro doente. E Pablo, hoje com 29 anos, conseguiu voltar a andar, falar e comer. Depois dele, o tratamento foi usado noutros 300 doentes paraplégicos ou com deficiência mental congénita ou adquirida. "Injectamos hormonas de crescimento na área subcutânea do braço, que induzem a produção de células- -mãe e regeneram os tecidos danificados", descreve Jesús Devesa ao DN, assegurando uma taxa de sucesso na casa dos 90%. Entretanto, a descoberta veio a público em Espanha e a técnica vai ser aplicada também num centro de paraplégicos de Toledo.
As hormonas de crescimento seriam uma solução para os 150 mil portugueses com deficiência motora ou os 75 mil que sofrem de lesões cerebrais? Ou ainda os 200 novos casos de crianças com paralisia cerebral que nascem por ano em Portugal? Os médicos dividem-se. Embora não conheçam bem o tratamento, uns acreditam que pode ser uma esperança nos casos de paraplegias. Para outros é uma "aplicação meramente experimental e episódica", sem explicações científicas fundamentadas e com implicações no plano ético e da segurança.
Pablo Devesa tinha saído de casa para se encontrar com os amigos, quando um acidente de viação o lançou num coma profundo durante um mês. "Lembro--me estar a chover muito e de eu ter embatido numa casa", conta o biólogo ao DN. Depois, ficou tudo escuro e imóvel.
O acidente atirou--o para uma cama nos cuidados intensivos, com um traumatismo cranioencefálico e uma hemiplegia - uma paralisia das funções de um lado do corpo. "O traumatismo comprometeu o lado esquerdo do meu cérebro. Quando acordei, os médicos não me davam muitas esperanças de recuperação. Não conseguia falar, comer ou andar", lembra Pablo.
Já em casa, o pai, Jesús Devesa, não hesitou em aplicar no filho os ensinamentos que desenvolvera durante anos em laboratório. "Estava consciente do que fazia. Sabia que era eficaz e tinha de acreditar nisso", sublinha o médico.
Durante os meses seguintes, Pablo recebeu diariamente uma dose de hormonas de crescimento (produzidas industrialmente a partir de engenharia genética), em ciclos de 15 dias. "O seu efeito chega às zonas onde está a lesão, levando à proliferação de células-mãe e restituindo os estímulos nervosos no local afectado", diz Pablo. O tratamento era articulado com um plano intensivo de fisioterapia.
"Cada caso é um caso e a dose a aplicar depende da doença, da idade e do progresso do paciente", indica Jesús Devesa, acrescentando: "Nas crianças, o processo de recuperação é mais rápido, pois a neuroplasticidade promove uma proliferação mais célere das células".
Pablo tinha 22 anos, e a sua recuperação fez-se em oito meses. "Fiquei curado, sem sequelas. A recuperação foi a 100%. Hoje levo uma vida completamente normal, como qualquer jovem. Jogo futebol, bebo um copo com amigos."
Mais: está há um ano a trabalhar no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, como investigador, e a terminar a tese de doutoramento a defender dentro de semanas. A base da investigação? O seu próprio caso e as implicações das hormonas de crescimento no processo de neuroregeneração. "É um trabalho que segue as linhas de orientação da investigação do meu pai. Quero comprovar os resultados em humanos, sem efeitos secundários, no sentido de dar uma base científica mais aprofundada", diz Pablo Devesa.
O tratamento não é consensual nos especialistas portugueses. José Luís Medina, director do Serviço de Endocrinologia do Hospital de São João, mostra-se optimista: "Cientificamente devemos esperar pelos resultados do estudo, mas é uma esperança." "Devido às suas propriedades de crescimento e proliferação celular, talvez se possam obter alguns efeitos em situações como esta", diz Manuela Carvalheiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.
Já Fernando Baptista, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é mais céptico. "Será uma aplicação meramente experimental e pode ser geradora de falsas expectativas", alerta. "Nos últimos anos têm sido demonstrados outros efeitos a nível metabólico, mas não é o caso dos efeitos eventualmente neuroregeneradores deste caso."
O presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências, João Malva, coordenador da equipa onde trabalha Pablo Devesa, no centro de neurociências, mostra-se bastante crítico. "É um tratamento que tem implicações sérias no plano ético e da segurança, uma vez que a hormona do crescimento pode trazer problemas secundários muito significativos associados à proliferação descontrolada de células, como em tumores", avisa o biólogo. "Acreditar na sua eficácia é uma questão de fé, porque do ponto de vista científico não há explicações fundamentadas. Mas a motivação dos pacientes pode fazer milagres", conclui.



publicado a 2010-05-16 no Caderno de Ciências do Diário de Notícias
Para mais detalhes consulte:

3 comentários:

  1. Ja me tinham falado disso ,mas fiquei na duvida se seria verdade ou não. Depois procurei a clinica e ela existe mesmo. Não sei que pensar

    http://www.proyectofoltra.org/

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  2. Olá Vânia,
    Pois é... às vezes parece que as coisas caem mesmo do Céu!!
    A mim parece-me ter alguma credibilidade!! De outra forma, julgo que o Professor Devesa não experimentaria este método no próprio filho.
    Aliás o filho está a fazer Doutoramento no centro de Neurociências de Coimbra onde defende o método do pai e conta a sua própria história.
    Se consultares o link http://www.proyectofoltra.org/ vais encontrar uma série de videos que comprovam o sucesso da aplicação de hormonas do crescimento no tratamento de lesões cerebrais, déficit cognitivo, atraso mental, problemas de comunicação, amnésia, etc.
    Eu li e vi (nos videos) casos de tetraplegias, que após dezenas de anos começaram a andar. Assim como um menino de 17 anos com paralisia cerebral, que deu os primeiros passos após alguns meses de "tratamento".
    E agora numa de fofoca...até o príncipe da Bulgária está agora a residir numa casinha (como lhe chamam) ao lado da clínica FOLTRA por estar a conseguir bons resultados após um acidente de viação que o deixou com muitas incapacidades.
    O caso que mais me interessou, e por motivos óbvios, foi o caso de um bebé de três meses, cujo diagnóstico era o estado vegetativo, teve alta ao fim de quinze dias. Parece mentira!! E é praticamente difícil de acreditar!! Mas é como costumo dizer...Ser mãe de um menino especial é esgotar todas as possibilidades!! E a partir do momento em que tiver a certeza que este método não é, por outro lado, prejudicial ao meu Gonçalo, vou experimentá.lo com toda a certeza!!
    Esta semana vamos entrar em contacto com alguns professores catedráticos da área (portugueses), alguns deles professores na mesma universidade que o Professor Devesa, na tentativa de averiguar a credibilidade deste projecto, e depois tomarei uma decisão.
    Para além do link, encontrei vários fóruns espanhóis que relatam casos e casos de sucesso!!
    Dá uma espreitadela!!
    Quem sabe FOLTRA...não é mesmo a nossa luz no fundo do túnel???
    E pensa, é mesmo aqui ao lado!!
    Beijinhos

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  3. Olá ANA !


    ..."pecar " por defeito ,NUNCA!!

    Força!
    ...e se a viagem a Itália tiver paragem em Cacheiras na Galiza !! ...olha ! , fica mais perto !!!

    beijocas nos piolhecas e um grande para ti mommy!!!
    Paula - mãe de um Afonso

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